quarta-feira, 27 de abril de 2011

O que é RSVP?




Você gostaria de ir ao um evento e chegar lá se deparar com um lugar cheio, sem mesas e cadeiras pra você se acomodar?

Ou pior: ficar com fome mais da metade da festa porque a comida era pouca pra tanta gente?

Pois bem, então tá na hora de começar a se acostumar com um hábito europeu muito utilizado e que no Brasil as pessoas ainda não entendem, e se entendem, ainda não incorporaram ao seu dia-a-dia: a necessidade de atender ao RSVP.

Mas afinal de contas, que raio é esse tal de RSVP?

RSVP é uma sigla francesa, criada no início do século XVIII para definir um hábito europeu utilizado há muitos anos: o de confirmar a presença a um evento após receber um convite formal. Traduz-se como Responda, por favor.

Pouca gente sabe que a necessidade da confirmação de presença em um evento vai muito além das boas maneiras. É através dela que o anfitrião irá se planejar e organizar para receber os seus convidados.

E isso inclui desde a cadeira em que o convidado se sentará, até a quantidade de arranjos de flores, mesas, lembranças, doces, bolo, bem-casados, culminando no principal: a contratação de um número exato de pessoas que serão servidas pelo buffet.

Sabemos que hoje em dia não é fácil oferecer uma festa. Só quem já passou por esse processo sabe bem o que é. Conceber uma boa administração dos custos unindo a garantia de beleza e conforto aos convidados é um desafio cada dia mais difícil, e que sem o RSVP se torna impossível.

O processo de confirmação de presenças se divida em 2 etapas:

A primeira etapa é chamada de RSVP receptivo ou espontâneo, e consiste no período em que o convidado recebe o convite com a solicitação da confirmação de presença, e vai até a data final ali determinada.

Nessa etapa, ele deve ligar para o telefone indicado para o RSVP e informar ao cerimonialista ou organizador da festa se irá ao evento ou não e quantas pessoas comparecerão como seu acompanhante.

Deve-se respeitar a forma de endereçamento especificada, informando sempre o nome completo do titular do convite escrita na parte de trás do envelope e o número de acompanhantes que irão comparecer.

Nem preciso dizer que o limite de acompanhantes deve respeitar o número de convites individuais enviados dentro do social, a não ser que o anfitrião opte por não se utilizar desse artifício de limitação de acompanhantes e estender o convite a toda familia.

Para estipular ao certo o prazo da confirmação receptiva, devem ser levadas em consideração diversas circunstâncias. Por exemplo: se a festa for numa cidade distante, os convidados deverão ter um tempo para verificar disponibilidade de deslocamento, reservar hospedagem, e até mesmo se preparar financeiramente para esses gastos que fogem da rotina de um orçamento familiar.

Neste caso, o ideal é estipular um prazo máximo de dois meses entre a distribuição do convite e o encerramento da confirmação, que sempre deverá ser com 10 dias de atencedência da realização do evento.

Caso não haja necessidade de viagem para comparecer ao evento, o ideal é que o prazo de confirmação receptiva leve entre 45 e 30 dias, respeitando sempre o limite de 10 dias antes da festa para o seu encerramento.

É importante frisar que: se o prazo entre o envio do convite e o encerramento do RSVP for muito longo, o convidado pode acabar se esquecendo do convite, e isso não é interessante nem para o organizador do evento, nem para quem está oferecendo a festa.

Atualmente, com o advento da internet, cresce a cada dia o número de anfitriões que disponibilizam, além do telefone, um site para que seus convidados possam confirmar a sua presença.

Essa é uma forma muito útil, pois ali, ele também pode obter informações que não constam no convite. Por exemplo: Localização da lista de presentes, informações sobre estacionamento, mapa de localização, entre outras funcionalidades.

Encerrado o prazo da confirmação espontânea, é chegada a hora de dar início à 2a. etapa do RSVP: a confirmação ativa.

Nessa etapa, a equipe de organização do evento irá ligar para os telefones dos convidados fornecidos pelos anfitriões para indagá-los diretamente se eles comparecerão ou não.

Alguns convidados se irritam profundamente com isso. De fato, realmente às vezes é desagradável ser importunado por um desconhecido ao telefone. Mas devemos sempre considerar que, se o convidado tivesse respeitado o limite da confirmação receptiva, certamente ele não receberia a ligação com esse questionamento.

Muitas pessoas acham que por serem íntimas dos anfitriões, elas se desobrigam de atender ao RSVP. Isso é um grande equívoco, pois se o anfitrião contratou esse serviço, é porque ele não quer se envolver com tais questões, e de certo que quem fará o controle da lista não saberá o grau de intimidade entre o convidado e o anfitrião, e não terá meios de adivinhar se ele irá ou não á festa.

Outro engano recorrente é o fato do convidado pensar que se ele não vai à festa, ele não precisa informar a ausência. Independente de ir ou não ao evento, o convidado SEMPRE deverá responder ao RSVP, para evitar que seja "importunado" desnecessariamente na fase da confirmação ativa.

Há também aquelas pessoas que por vergonha, ou medo de desagradar ao anfitrião, não assumem que não irão ao evento, e acabam mentindo na hora da confirmação da presença, dizendo que comparecerão.

Afirmar a impossibilidade de comparecer ao um evento, não é falta de educação. Pelo contrário. É honrar o convite que recebeu.

Imagina se você mente? A pessoa se prepara para recebê-lo e você não aparece?

Devemos sempre lembrar que cada convidado confirmado demanda um investimento por parte de quem oferece a festa. E se formos todos pensar por esse lado, honestamente, uma confirmação de ausência passa a valer mais que a de uma presença.

Durante o 3 anos que trabalho com organização e realização de eventos, muitas foram as situações inusitadas com que já me deparei.

Chegaria a ser cômico, se o estresse do trabalho incessante na busca do fechamento de um número final, não impusesse tanta pressão ao ritmo de trabalho.

Geralmente, essas situações ocorrem na fase de confirmação ativa que é quando o organizador do evento tem um contato mais direto com o convidado.

Em alguns casos deve-se contar de 1 a 100 antes de dar a resposta que seria mais adequada à situação.Outras vezes, é impossível não se valer de uma certa imposição e rigidez na hora de cobrar uma posição decisiva por parte do convidado.

Já ouvi coisas do tipo: "Se eu não morrer até lá, eu vou..." E imediatamente desejei a morte em pensamento.

"O que será servido no bufê?" E perguntei: Por quê? A senhora só irá se o menu lhe agradar? A vontade que dá é de aconselhar a pessoa que leve um pacote de Clube Social na bolsa.

Tem horas que a falta de educação é tanta, que a vontade é de riscar o nome do convidado da lista, só pra ter o prazer de vê-lo passar pelo constrangimento de ficar em pé na porta enquanto se localiza alguém que possa autorizar sua entrada. Ou então de anotar o nome do mal educado e passar o trote do seqüestro relâmpago no dia seguinte.

Dia desses um senhor me perguntou se realmente era necessário ele ser importunado para verificarem se ele eia ou deixaria de ir a um tal lugar. Tive que responder que sim, e que se não fosse certamente importante não estaria ali perdendo meu tempo.

Enfim... coisas que passam e que a gente supera. Lidar com público é assim mesmo. Acho que só com muito esclarecimento a gente combate a ignorância. Não a ignorância dos grosseiros, mas a daqueles que ignoram algo por não saber que ele existe.

Portanto, cientes disso, que tal agora passar a respeitar o pedido de RSVP?

Tenham certeza de que será o primeiro passo para sair da fila do Habib´s e chegar à mesa do Claude Troigros.

Au revoir!

domingo, 24 de abril de 2011

A SÍNDROME DA LOJA DE BRINQUEDOS



Por que a gente sempre quer muito uma coisa que não esta ao nosso alcance?
Ou melhor: por que a gente só quer as coisas que a nós parece impossível, inalcansável?
Nada que é fácil, ou aparenta relativamente ser, desperta nosso desejo, nossa cobiça.
É a tal Síndrome da Loja de Brinquedos.
Somos todos eternas crianças, sempre querendo o brinquedo da prateleira mais alta, a qual não conseguimos buscar. Ou o artigo mais caro, o qual não temos dinheiro pra comprar.
E mesmo assim, se um dia conseguirmos "ganhar o brinquedo tão almejado", logo iremos brincar com ele por uns 3 dias e, logo encontraremos um novo objeto de desejo numa prateleira acima do inatingível.

sábado, 23 de abril de 2011

O SANTO DIVO


Ganhei esse São Jorge de camurça da minha irmã, de presente de aniversário, e desde então ele fica no alto da minha estante do quarto, sempre me protegendo.

Resolvi colocá-lo ao lado da TV porque São Jorge não é só um santo. É quase um astro. Imaginem, um santo, vestido com uma armadura, matando um dragão, montado num cavalo branco e estampado na lua… É status demais pra um santo só. São Jorge é divo!



Caetano Veloso - Jorge de capadocia

quinta-feira, 21 de abril de 2011

REACH




Era finalzinho dos anos 90 e pela primeira vez na vida eu via dois homens andando de mãos dadas, se abrançando e se beijando ao som de uma música alta.
O cheiro dos perfumes se misturava ao da fumaça do cigarro e ao odor da cerveja, que derramada no chão formava poças de uma água suja, uma espécie de lama. Era a Rua da Lama - a Rua Visconde Silva, em Botafogo.
Só quem já a cruzou indeciso entre entrar no Blade Runner, no Acesso, na @Loka, ou no terraço do The Must sabe do que eu estou falando.
Foram noites divertidas e aventureiras que ali passei, que iam desde mentir idade pro segurança da porta de entrada até porres homéricos. Coisas difícieis de esquecer…
Muitas amizades e amores ali se formaram. Quase todos já apagados pelo tempo. Assim como a própria Rua da Lama foi.
Hoje, quando passo pelo cruzamento da Visconde com a Mena Barreto, ainda consigo sentir aquele cheiro de gente defumada pelo cigarro e ensopada de suor.
Ouvir a música que posto nessa atualização é como voltar no tempo e reviver cada segundo do que seria a descoberta de um mundo até então permeado de pecado e proibição, que jamais se repetirá ou voltará a existir.
Chegar aos 30 é já ter história pra contar… quem diria.

MEU PARAÍSO


Recentemente descobri um pedaço do paraíso bem pertinho de mim. Há anos queria ir à Arraial do Cabo, mas o ritmo frenético de trabalho nunca me permitia. Agora não quero outra vida. Qualquer espaço livre na agenda é pra lá que eu vou. A não ser que seja alta temporada e feriado prolongado, porque ainda não perdi a noção do bom senso.

Essa foto foi tirada no Pontal do Atalaia, uma espécie de condomínio de casas de luxo que fica em cima de um morro de onde se pode apreciar o pôr-do-sol mais lindo que já vi na vida. Sem ninguém batendo palma e fazendo daquilo um carnaval. É só você, o mar e o sol dando seu espetáculo gratuito, despretencioso e diário. O resto é só silêncio e comtemplação.

quinta-feira, 17 de março de 2011

O DIAMANTE VERDADEIRO

Uma nova polêmica toma conta do Twitter esses dias: A notícia de que Maria Bethânia obteve autorização do MinC para captar 1,3 milhão para a produção de um blog caiu como uma bomba nos ouvidos dos menos informados.

Como sempe, o ser humano tem mania de julgar sem procurar entender, e quando a questão é dinheiro do Governo, a coisa ganha uma proporção elevada a décima quinta potência. Então, antes de julgar vamos esclarecer isso tudo:

É importante saber, antes de mais nada que: Maria Bethânia não vai GANHAR R$ 1,3 mihão do Governo. Ele apenas obteve autorização para captar essa quantia.

A partir daí, as empresas interessadas em patrocinar o projeto poderão fazê-lo de forma a receber descontos em seus impostos, de acordo com os parâmetros da Lei Rouanet.

E quem ainda acha que R$ 1,3 milhões é muita coisa para um blog, ainda não sabe que: o que Bethânia pretende é colocar no ar um site literário, e não um simples blog, onde diariamente um vídeo produzido por ninguém menos que Andrucha Waddington, será postado. Video este em que trechos de poesias são declamados com a delicadeza da interpretação da nossa Abelha Rainha.

Já pensaram no custo de produção de 365 clipes?
Na qualidade do material que é produzido por Andrucha e sua equipe?
Que se cada clipe tiver a duração de 1 minuto, no total teremos mais de 6 horas de conteúdo audiovisual gravado, finalizado e editado e isso é 3 vezes mais que um longa metragem cujo custo de produção é consideravelmente muito maior do que o pleiteado pela cantora e sua equipe junto à iniciativa privada?

Se fosse um filme, ainda teríamos que pagar para assisti-lo em uma sala de cinema.

Sem falar que o resultado final será disponibilizado de forma gratuita e democrática na internet. Mídia mais abrangente que essa, só a televisão. Mas que emissora estaria disposta a dispor de 6 horas de sua programação destinada à veiculação de poesias?

Quem já foi a um show de Bethânia e já se emocionou com suas interpretações dos poemas de Fernando Pessoa, não precisa entender de Lei, de Incentivo à Cultura, de Ministério e nem de custos de produção. Essas pessoas sabem que sensibilidade e a beleza não têm preço. E que eternizar esses momentos de forma tão democrática é mais que uma obrigação dos gestores de cultura desse País.

Portanto, parafraseando a própria Bethânia: "Quem quiser beber, beba menos; e quem quiser falar, fale um pouquinho mais baixo."



sexta-feira, 10 de abril de 2009

CIVILIDADE NÃO SE VENDE EM LOJA

Eu juro que eu mataria se eu descobrisse a pessoa que inventou a idéia de colocar uma droga de um auto-falante nos telefones celulares modernos de hoje em dia!

Isso nos faz reféns do mal gosto musical alheio nos transportes urbanos... sim, porque só uma pessoa que ouve funk, pagode e coisas do tipo (digo coisas, porque isso não pode ser classificado como música) é que são capazes querer ouvi-los em alto e bom som... tão mediocrimente ao ponto de não se mancarem de que existe uma invenção um pouco menos moderna que o celular, chamada fone de ouvido, porém, tão mais eficaz quanto, capaz de transformá-las em simples e meras pessoas educadas.

Mataria ainda mais os donos das lojas que facilitam a aquisição desses aparelhos à pessoas de baixa renda e que se individam até o último fio de cabelo para tirar o sossego do nosso sono no ônibus quando a gente vem cansado da faculdade, doido pra tirar um cochilo encostado no vidro do banco de trás. É por isso que eu odeio carnê! É por isso que eu odeio as Casas Bahia!

Dia desses fui torturado na van por uma criatura ouvindo Seu Jorge no último volume de um aparelho Nokia de última geração. Clamei tanto por Deus naquela viagem que quase me converti!

Eu que já não gosto muito do som do Seu Jorge passei a odiar ainda mais depois que ouvi a versão acúsitica de uma música que dizia que a ponte estava engarrafada, o orelhão tava quebrado e o cartão tava zerado... Tanta desgraça assim e o sujeito ainda transforma isso em música? É claro que não ia sair boa coisa...

Foi nesse momento que eu me lancei do direito do meu poder de consumo e saquei da mochila meu IPOD verde limão, salvador da pátria. I love Apple!

E como civilidade não se vende em lojas de aparelhos eletrônicos, sugiro a esses inventores de coisas para celulares que na ausência de criatividade para implementar os aparelhos, que os façam em forma de calibre 38, para que eu também tenha gosto por adquirir um e sair atirando dentro dos coletivos quando alguma música ruim ousar a atrapalhar meu sono!